quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Analistas muito optimistas

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Com o desenrolar da crise financeira mundial, todas as semanas surgem notas de research de analistas financeiros a anunciarem um grande potencial de valorização para a empresa X. Através destas notas, muitos investidores regulam as suas compras ou vendas nos mercados financeiros, colocado assim grande responsabilidade sobre os analistas financeiros.
Mas o que se pode constatar, é que as quedas nas bolsas continuam e a grande maioria dos preços-alvo lançados são de compra ou mesmo forte compra, atribuindo grande potencial de valorização às empresas. O potencial e valorização médio dado pelos analistas que acompanham empresas do Psi20 é de 104%, com a Impresa e a Sonae SGPS a terem o maior potencial, respectivamente de 177% e 176%.
Estas notas de investimento lançadas por parte das casas de investimento, e elaboradas pelos analistas financeiros revelam uma certa falta de transparência. Com a diferença que surge entre os preços lançados e os preços transaccionados, poderá sempre ocorrer a suspeita de interesses por parte de das casas de investimento, principalmente porque não são reveladas as suas participações nas diversas empresas cotadas, ao público.
Segundo a revista
Carteira a 3 melhores casas de investimento nas suas análises às cotas nacionais, foram a JPMorgan, ING e Deutsche Bank com um retorno médio das recomendações efectuadas respectivamente de 38,80%, 16,77% e 15,42%. Estes valores foram obtidos recorrendo a dados dos anos de 2005 a 2008, e só assim se consegue explicar os resultados positivos, com os anos de 2005, 2006 e metade de 2007 a serem de subida na bolsa Portuguesa.

Os preços-alvo não deveram servir de "estratégia" de investimento, porque nunca se sabe os interesses envolvidos por detrás destas notas de investimento. Deverão ser apenas mais um dado na elaboração da análise fundamental de uma empresa.

(alguns dados foram obtidos da noticia, sobre o tema, publicada hoje no Jornal de Negócios)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

3 dias = -6%

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Esta têm sido mais uma semana em linha com as semana anteriores, com a tendência em todos os horizontes temporais a ser de quedas.
A semana começou a ganhar ligeiramente, com muitos investidores a acreditar numa correcção positiva da bolsa Portuguesa durante a semana. Mas logo no segundo dia os mercados voltaram ao vermelho, definindo novamente a tendência. No final do dia de hoje o Psi20 já apresentava uma perda semanal de 5,93%, a qual poderá ainda ser agravada se os mínimos da semana passada forem atingidos.
A grande volatilidade, que se tem registado nestes últimos dias de negociação, com grandes "altos e baixos" durante o
intraday, têm dificultado a análise dos investidores que apenas prendem investir no curto-prazo, trazendo como consequência uma diminuição de volumes de acções transaccionadas.
Continuo a não aconselhar a entrada neste momento em acções nacionais, até que ocorram sinais de mudança.


Gráfico do Psi20 nos últimos 3 meses

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Para quando o fim das quedas na bolsa Portuguesa?

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Após a sondagem efectuada aos leitores do blog, os resultados foram os seguintes:

A maioria dos leitores acredita no fim das quedas, na bolsa Portuguesa, até ao fim do ano, com 24% dos votantes a serem ainda mais optimistas, colocando a recuperação a começar já durante este mês de Outubro.
Após uma semana onde as bolsas mundiais desvalorizaram em média na casa dos 20%, e após uma desvalorização superior a 50% no Psi20 durante o último ano, são muitos os investidores que não vêem mais espaço para quedas. Com as noticias que nos últimos dias são comunicadas sobre injecções de capital no sistema financeiro, descidas de juros, abrandamento do crescimento económico e entrada em recessão de alguns países, muitos analistas referem que o fundo na economia está prestes a ser atingido. Como a bolsa em geral antecipa a economia nacional e mundial, pode ser já nos próximos dias ou semanas que as subidas regressem.

Cerca de 20% dos participantes na sondagem estão pessimistas em relação ao futuro, só vendo novas subidas nas bolsas depois de 2010.
Esta crise que começou no crédito hipotecário e alastrou para a banca, poderá ainda atingir outros sectores de actividade também bastante próximos das populações. Neste caso o fundo ainda poderá estar longe de acontecer, resultando em agravamentos pela negativa nos crescimentos económicos estimados, diminuição do poder de compra com consequente diminuição do consumo, e aumento do desemprego.
Quando ocorre uma crise, esta desenrola-se até o sistema estar "esgotado", isto é até o interesse por parte dos investidores pelos mercados financeiros atingir valores mínimos. Quando isto acontece ocorre um período de lateralização ou possível subida pouco acentuada, onde os volumes de acções transaccionados estão em níveis baixos. Este tipo de período demora algum tempo (várias semanas ou vários meses) até ser detectado. Este é um dos cenários possíveis onde pode ocorrer a inversão de tendência de longo prazo, com as subidas e os volumes a serem cada vez maiores à medida que os investidores ganham de novo interesse pela realização de aplicações nos mercados financeiros.