quarta-feira, 25 de junho de 2008

Psi-20 cai 2,5% para mínimos de dois anos

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Ontem foi mais um dia negro na bolsa nacional. O quinto consecutivo. O Psi-20 chegou a perder mais de 3% ao longo da sessão e negociou, novamente, em mínimos de Junho de 2006, abaixo dos 9300 pontos. Dos 20 títulos, apenas dois encerraram em terreno positivo e 12 registaram mínimos de, pelo menos 52 semanas.
A bolsa nacional recuou para os 9.344,09 pontos, tendo chegado a perder 3,71% para negociar nos 9,227,87 pontos, o nível mais baixo desde Junho de 2006, com 16 títulos a cair, dois a subir e dois inalterados. A queda da bolsa é explicada pela fuga dos investidores estrangeiros do mercado nacional numa altura em que todas as empresas acumulam perdas. "Os investidores estrangeiros estão a sair de Portugal", explicou um operador ao Jornal de Negócios. "Estão a perder muito dinheiro em todas as empresas em Portugal", acrescentou explicando que "não se justifica estar a apostar num país tão pequeno, dependente da Europa, numa altura em que os sinais economicos são muito fracos e as perspectivas de resultados negativas".
Todos os títulos do sector bancário atingiram mínimos de, pelo menos 52 semanas. O BCP recuou 2,26% para os 1,515 euros, tendo chegado a perder 4,84% para um mínimo de 1,475 euros. O BES perdeu 1,64% para os 10,48 euros e chegou a tocar nos 10,295 euros, apesar da instituição continuar a ser a preferida da KBW no sector financeiro português. Ainda assim, a KBW sublinha que os títulos do banco ainda " não estão atractivos o suficiente". O BPI recuou 2% para os 2,70 euros e o Banif caiu 3,06% para os 1,90 euros. O BPI e o Banif também registaram mínimos de, respectivamente, 2,605 e 1,85 euros.
A Brisa chegou a perder perto de 10%, e a negociar em mínimos de Julho de 2006 (7,83 euros), depois da Merrill Lynch ter cortado a recomendação da empresa para "underweight" e o preço alvo para os 8,40 euros. A Brisa encerrou a perder 6,21% para os 8,15 euros.
No sector da construção, a Teixeira Duarte perdeu 0,9% para os 1,10 euros e chegou a negociar nos 1,02 euros, o valor mais baixo em mais de 52 semanas. A Mota-Engil caiu 3,70% para os 4,68 euros e a Soares da Costa encerrou inalterada nos 1,45 euros. A Semapa foi uma das duas empresas que fechou em terreno positivo, ao ganhar 0,88%.

( fonte: Jornal de Negócios )

terça-feira, 24 de junho de 2008

Bolsa em mínimos

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Hoje, tal como nos últimos dias, os mercados internacionais vivem momentos difíceis. A esta hora o Psi20 já perdia 2,89%, enquanto que o Psi-Geral apenas perde 0,81% devido ao bom desempenho das empresas fora do Psi20 menos afectadas pelos investidores estrangeiros e o "subprime". A bolsa nacional tem registado a pior performance da Europa com uma queda superior a 25% desde o inicio do ano, e com algumas empresas a perderem mais de 50%!
Se atendermos a que as desvalorizações no mercado Norte-Americano ainda não foram muito significativas, tendo em conta dados históricos de outros momentos de crise nos mercados financeiros, e a relação que a nossa pequena bolsa nacional tem com as grandes bolsas mundiais, como é o caso dos EUA, podemos perspectivar momentos difíceis nos próximos tempos.
Com o petróleo em máximos, o grande aumento das matérias primas, a diminuição do poder de compra, o possível aumento das taxas de juro, e as taxas de inflação em valores elevados, temos muitas razões para a queda generalizada dos mercados financeiros e mesmo de um "crash" nos mercados.
Muitos investidores pensarão neste momento que já não existe margem para um "crash", devido às grandes quedas a que o mercado nacional já esteve sujeito. Mas basta fazer uma pesquisa histórica e ver que os grandes "crashes" do século XX aconteceram após um período de desvalorizações entre 10 a 20%, e não em máximos.
Olhando um pouco para as empresas nacionais, e tal como os analistas fazem, podemos dizer hoje que muitas acções estão a preço de saldo. Mesmo que uma acção esteja a preço de saldo hoje, amanhã o saldo poderá ser maior e dentro de 1 ano ainda maior, e por isso mesmo para os investidores que apostam para o longo prazo, é necessário algumas cautelas.
Se comprar acções hoje da EDP a 3,33€ ou da Sonae SGPS a 0,81€, pensando que os valores já estão muito baixos e que a margem de desvalorização é muito pequena, basta que a bolsa nacional continue em quedas durante mais um ano, e que por exemplo a EDP chegue a cotar nos 1,50 e a Sonae SGPS nos 0,25€( valores que atingiram no ano de 2003), para as perdas serem superiores a 60%! Mas se for um investidor de longo prazo e não se preocupar com estas desvalorizações, pensando na futura subida dos mercados, se vender as acções da EDP que comprou hoje daqui a 5 anos a 5€, tem uma rentabilidade a rondar os 50%, à qual se retira a taxa de inflação anual de 3,5% (3,5X5=17,5%) e resulta numa rentabilidade anual de 6,5%, o que não me parece muito face às alternativas oferecidas pelos bancos nomeadamente os fundos de investimento.
Por isso aconselho alguma prudência quanto aos investimentos realizados neste momento nos mercados financeiros.

- crash de 1929 no Dow Jones Industrial