quinta-feira, 1 de julho de 2010

Oferta da Telefónica Anima PT

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A oferta da Telefónica sobre a participação da Portugal Telecom na Vivo ficou marcada pelo veto do governo através da golden-share. Esta intervenção do estado foi contra os 74% de accionistas que aprovaram a venda da participação e por isso está a ser vista com maus olhos tanto por parte dos accionistas como por parte de todo o mundo financeiro.
Esta medida do estado poderá ir de encontro os melhores interesses de Portugal e da própria PT, mas coloca um grande travão na liberdade do funcionamento do mercado de capitais e nos direitos dos accionistas.
A assembleia geral mostrou a intenção do núcleo duro dos accionistas e o provável desfecho desta oferta.

Desde o dia do lançamento da oferta por parte da Telefónica, as acções da Portugal Telecom subiram mais de 19%, com uma elevada volatilidade devido às reacções da cotação às diversas noticias que surgem.
Estes movimentos são bons para os especuladores, criando assim oportunidades de negócio no mercado. Este tipo de investidores aproveita assim os fortes movimentos da cotação para conseguir alienar mais valias e não estão interessados no resultado final da operação ou nas consequências que isso possa trazer para as empresas.
No entanto os accionistas de títulos da PT numa óptica de longo-prazo poderão não gostar da intenção dos grandes accionistas da empresa. Para estes a venda da participação poderá vir a dar um grande dividendo, como se espera, mas a manutenção da participação poderia levar a uma maior crescimento do grupo PT no longo-prazo que se traduzia numa valorização da cotação neste prazo.

A Portugal Telecom representa 17,22% do Psi-20. Esta grande percentagem de representação faz com que os movimentos da cotação da empresa tenham um grande reflexo nos movimentos do Psi-20. Apesar disso no mesmo período onde a PT subiu mais de 19%, o Psi-20 apenas valorizou 4,2%, o que mostra que a bolsa nacional tem andado um pouco em contra-ciclo com os movimentos das acções da PT.
Se a oferta não correr bem ou se existir qualquer entrave à venda, a cotação da PT poderá incorrer em fortes quedas que levarão a bolsa nacional por arrasto. Estas quedas iriam assim anular os ganhos da PT durante este período da oferta da Telefónica.