sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A Tendência Continua

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Após a quebra da linha de tendência ascendente, que o índice Psi-20 vinha a formar até à semana passada, as sessões negativas tem sido uma constante. Em 8 sessões que passaram, 5 delas foram negativas e 3 positivas, com o Psi-20 a acumular uma perda superior a 3% desde a rotura da linha de tendência no dia 17.
Apesar de várias sessões negativas nos últimos dias, o cenário na bolsa nacional apresenta-se mais calmo face a outros períodos desta escalada negativa de cotações nos mercados mundiais. A quebra da linha de tendência ascendente aconteceu próximo do vértice do triângulo simétrico formado, o que reduz a sua validade, na análise técnica. A quebra também não foi confirmada com volumes de negociação altos, fazendo com que as sessões seguintes se tornem imprevisíveis do ponto de vista técnico.
Com este cenário o maior índice da bolsa nacional poderá não voltar a atingir novos mínimos, como seria de esperar, mas sim começar a lateralizar entre os 5830 pontos e um topo ainda não definido pelo mercado.
A tendência principal continua a ser de quedas na bolsa nacional.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Dividendos, Sim ou Não?

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A distribuição de dividendos por parte das empresas cotadas em bolsa, é uma prática comum dentro dos mercados financeiros. Quando são conhecidos os resultados de uma empresa, e esta obtêm lucros, é feita uma proposta de distribuição de uma parte desses lucros pelos accionistas na forma de dividendos. No dia em que as acções deixam de ter o direito a dividendo, dia de "ex-dividendo", ocorre uma correcção na cotação, de valor igual ao dividendo distribuído por acção.

Os dividendos são uma receita que o investidor obtém sem necessitar de fechar a sua posição. Assim quanto maior for a taxa de dividendo de uma determinada empresa, maior vai ser a receita dos accionistas da empresa por cada distribuição de dividendos. Os dividendos também são um sinal de saúde financeira de uma empresa, que ao retribuir uma parte dos lucros aos accionistas, dispensa o uso do capital em necessidades de curto-prazo.

Os dividendos têm uma fiscalidade penalizadora, com 20% dos mesmos a serem retidos na fonte, antes de serem colocados nas mãos dos accionistas. Assim no dia de "ex-dividendo", o accionista ganhou 80% do dividendo por cada acção que possui, mas a cotação da empresa perdeu 100% do dividendo, o que dá uma perda total de 20% do dividendo para o accionista. Se no dia de "ex-dividendo" o accionista exercer o seu direito de venda das acções, a sua perda será de 20% do dividendo, comparativamente à venda na sessão anterior, excluindo variações da cotação resultantes das ofertas de compra e venda. No caso da empresa não proceder à distribuição de dividendos, as únicas perdas, do lado de fora dos mercados, a que o accionista está sujeito são a tributação das mais-valias, que apenas ocorrem no caso de possuir os títulos durante um período inferior a 12 meses.

Apesar de existirem grandes investidores que apenas possuem acções de empresas generosas na distribuição de dividendos, por afirmarem que são estas que dão os maiores retornos no longo prazo, no lado da fiscalidade o accionista fica a ganhar se os mesmos não forem distribuídos. Se a empresa optar por não distribuir dividendos, o capital que fica na sua posse e não é distribuído poderá ser aplicado na criação de valor para a empresa, e assim contribuir para o aumento das cotações da mesma.

No dia de hoje a FED pediu aos bancos para diminuir ou mesmo eliminar a distribuição de dividendos, de modo a não utilizarem os recursos disponibilizados pelos bancos centrais, em medidas que não contribuem para a melhoria da situação económica mundial. Esta medida vem assim realçar o porquê da necessidade de distribuição de dividendos, numa época de crise económica em que vivemos.