terça-feira, 24 de junho de 2008

Bolsa em mínimos

Hoje, tal como nos últimos dias, os mercados internacionais vivem momentos difíceis. A esta hora o Psi20 já perdia 2,89%, enquanto que o Psi-Geral apenas perde 0,81% devido ao bom desempenho das empresas fora do Psi20 menos afectadas pelos investidores estrangeiros e o "subprime". A bolsa nacional tem registado a pior performance da Europa com uma queda superior a 25% desde o inicio do ano, e com algumas empresas a perderem mais de 50%!
Se atendermos a que as desvalorizações no mercado Norte-Americano ainda não foram muito significativas, tendo em conta dados históricos de outros momentos de crise nos mercados financeiros, e a relação que a nossa pequena bolsa nacional tem com as grandes bolsas mundiais, como é o caso dos EUA, podemos perspectivar momentos difíceis nos próximos tempos.
Com o petróleo em máximos, o grande aumento das matérias primas, a diminuição do poder de compra, o possível aumento das taxas de juro, e as taxas de inflação em valores elevados, temos muitas razões para a queda generalizada dos mercados financeiros e mesmo de um "crash" nos mercados.
Muitos investidores pensarão neste momento que já não existe margem para um "crash", devido às grandes quedas a que o mercado nacional já esteve sujeito. Mas basta fazer uma pesquisa histórica e ver que os grandes "crashes" do século XX aconteceram após um período de desvalorizações entre 10 a 20%, e não em máximos.
Olhando um pouco para as empresas nacionais, e tal como os analistas fazem, podemos dizer hoje que muitas acções estão a preço de saldo. Mesmo que uma acção esteja a preço de saldo hoje, amanhã o saldo poderá ser maior e dentro de 1 ano ainda maior, e por isso mesmo para os investidores que apostam para o longo prazo, é necessário algumas cautelas.
Se comprar acções hoje da EDP a 3,33€ ou da Sonae SGPS a 0,81€, pensando que os valores já estão muito baixos e que a margem de desvalorização é muito pequena, basta que a bolsa nacional continue em quedas durante mais um ano, e que por exemplo a EDP chegue a cotar nos 1,50 e a Sonae SGPS nos 0,25€( valores que atingiram no ano de 2003), para as perdas serem superiores a 60%! Mas se for um investidor de longo prazo e não se preocupar com estas desvalorizações, pensando na futura subida dos mercados, se vender as acções da EDP que comprou hoje daqui a 5 anos a 5€, tem uma rentabilidade a rondar os 50%, à qual se retira a taxa de inflação anual de 3,5% (3,5X5=17,5%) e resulta numa rentabilidade anual de 6,5%, o que não me parece muito face às alternativas oferecidas pelos bancos nomeadamente os fundos de investimento.
Por isso aconselho alguma prudência quanto aos investimentos realizados neste momento nos mercados financeiros.

- crash de 1929 no Dow Jones Industrial

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